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Uma descoberta que atravessa milhões de anos e reforça a importância da ciência brasileira. Pesquisadores da Uerj, do Museu Nacional (UFRJ) e da Coppe/UFRJ identificaram uma nova espécie de peixe pré-histórico encontrada na Ilha James Ross, na Antártida. Com cerca de 66 milhões de anos, o fóssil é considerado o vertebrado mais bem preservado já localizado no continente gelado.
O estudo, publicado na revista Nature Scientific Reports e replicado por veículos de imprensa nacionais, amplia o conhecimento sobre a biodiversidade do período Cretáceo e ajuda a entender as mudanças climáticas na história da Terra. A análise só foi possível graças à tecnologia desenvolvida no Laboratório de Instrumentação Nuclear (LIN), coordenado pelo professor Ricardo Tadeu Lopes, do Programa de Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ.
“No LIN, desenvolvemos técnicas utilizando radiações ionizantes para investigar aquilo que o olho não vê. Recebemos fósseis, analisamos e entregamos imagens que permitem aos especialistas caracterizá-los com precisão”, explica o professor Ricardo Lopes.
A microtomografia computadorizada foi decisiva: ao reconstruir o fóssil virtualmente, camada por camada, em fatias digitais de 30 micrômetros, a equipe conseguiu revelar detalhes inéditos — como a ausência total de dentes e a presença de nadadeiras peitorais muito maiores que as de outras espécies da mesma família.
“É como se déssemos uma nova vida ao espécime, permitindo vê-lo como era há milhões de anos”, completa Olga de Araújo, pesquisadora pós-doc responsável pelo processamento das imagens.
Batizada de Antarctichthys longipectoralis, a nova espécie pertence à família dos dercetídeos, peixes de corpo alongado e cabeça comprida. As características inéditas descritas pelo grupo só foram identificadas graças à tecnologia nuclear aplicada pela Coppe.
Com os dados fornecidos pelo LIN, os paleontólogos puderam reconstruir o ambiente da Antártida no final do Cretáceo. Há 66 milhões de anos, o continente apresentava temperaturas entre 20°C e 30°C, vegetação abundante e uma fauna diversificada de peixes, aves, répteis e anfíbios.
A descoberta reforça a importância da cooperação entre paleontologia e engenharia nuclear. Em 2021, a mesma parceria resultou na identificação do dinossauro Berthasaura leopoldinae, também publicada na Nature Scientific Reports.
“Quando a tecnologia encontra a ciência, revelamos histórias que estavam escondidas havia milhões de anos. É uma contribuição única para a paleontologia e para o conhecimento sobre a evolução da vida no planeta”, conclui o professor Ricardo Lopes.

Fonte: Coppe UFRJ
A Coppe/UFRJ promoveu, em 26 de agosto, o encontro “O Papel da Energia Nuclear na Descarbonização da Matriz Energética Brasileira”, que reuniu representantes da academia, do governo e da indústria para discutir os desafios e oportunidades do setor no contexto da transição energética.
O debate reforçou a importância da universidade como espaço para o diálogo estratégico e tecnicamente fundamentado, diante da urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa sem comprometer a segurança energética do país.
O evento integra a série de debates organizados pela Coppe/UFRJ rumo à COP30, com foco em ciência, inovação e políticas públicas para enfrentar as mudanças climáticas e a transição energética.

Assista ao debate na íntegra no canal da Coppe no YouTube acessando AQUI!
Fonte: Coppe UFRJ, Instagram
Nesta terça-feira, 26 de agosto, a Coppe/UFRJ promoverá o evento “O Papel da Energia Nuclear na Descarbonização da Matriz Energética Brasileira”, reunindo especialistas, pesquisadores e representantes de instituições públicas e privadas para discutir os caminhos da transição energética no país. O encontro, que terá moderação da professora Suzana Kahn, diretora da Coppe, faz parte da programação da Rio Climate Action Week (23 a 29 de agosto) e será realizado no auditório da Coppe (sala G-122), das 9h às 12h. De acordo com a instituição, a transição energética demanda soluções tecnológicas capazes de conciliar segurança, confiabilidade e sustentabilidade. Nesse cenário, a energia nuclear desponta como fonte estratégica, por apresentar baixas emissões de gases de efeito estufa e alta confiabilidade, podendo atuar de forma complementar às fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica. Durante o evento, serão debatidos aspectos tecnológicos, ambientais, econômicos e regulatórios, além das perspectivas de expansão da capacidade instalada e do desenvolvimento de novas aplicações, como os reatores modulares avançados (SMRs).
Programação
9h00 – 10h15 | Painel 1 – Descarbonização da Matriz Elétrica Brasileira
Moderação: Suzana Kahn (Diretora da Coppe)
● Patrícia Nunes – Assessora da Presidência da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
● Renato Dutra – Diretor do Departamento de Combustíveis Derivados do Petróleo do MME (Secretário-substituto de Pietro Mendes)
● Giovani Machado – Episteme
10h30 – 11h45 | Painel 2 – O Papel da Energia Nuclear na Matriz Brasileira
Moderação: Prof. Alan Lima (Coordenador do Programa de Engenharia Nuclear da Coppe)
● Prof. Aquilino Senra (PEN-Coppe) – “O uso de pequenos reatores nucleares modulares (SMRs) para descarbonização industrial”
● Vittorio Perona – BTG Pactual
● Márcio Adriano Coelho da Silva – Indústrias Nucleares do Brasil (INB), representando Reinaldo Gonzaga, Diretor de Combustível Nuclear da INB
11h45 – 12h00 | Conclusões e encerramento
Fonte: Tania Malheiros-jornalista
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Nuclear (PEN) da COPPE/UFRJ divulgou a reclassificação dos candidatos ao curso de Doutorado referente ao Edital COPPE/PEN nº 939/2024 – Termo Aditivo.
O processo integra o edital de seleção para os cursos de Pós-Graduação em Engenharia Nuclear, no âmbito do ano letivo de 2025, e segue as normas estabelecidas pelo regimento da COPPE/UFRJ, pela regulamentação das comissões de pós-graduação e pela política de ações afirmativas da universidade.
A lista completa dos candidatos reclassificados já está disponível, acesse AQUI!
Acesse o edital e as demais informações clicando AQUI!
O professor Renato Machado Cotta, da Coppe/UFRJ, é um dos principais nomes da engenharia nuclear brasileira e tem defendido a necessidade de ampliar os investimentos do país no setor. Pesquisador reconhecido internacionalmente, Cotta participou do desenvolvimento da tecnologia nacional das ultracentrífugas para enriquecimento de urânio, equipamento estratégico para a autonomia do ciclo do combustível nuclear.
Em sua trajetória, o engenheiro acumula contribuições em projetos estratégicos da Marinha do Brasil, como o Labgene, protótipo em terra do futuro submarino nuclear brasileiro, e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), voltado à produção de radiofármacos para medicina nuclear.
Recentemente, Cotta recebeu a Medalha Luikov, maior premiação mundial na área de ciências térmicas, tornando-se o primeiro pesquisador do hemisfério Sul a ser agraciado.
Segundo o professor, o Brasil reúne condições únicas para avançar no setor nuclear: detém reservas significativas de urânio, domina tecnologicamente o ciclo do combustível e conta com projetos estratégicos em andamento. “Poderíamos investir mais por vários motivos. Temos condições de sermos exportadores de urânio enriquecido e precisamos consolidar nossa capacidade de geração nuclear como fonte segura e de baixa emissão de carbono”, destaca.
Além de defender a retomada das obras de Angra 3, Cotta aponta a importância da pesquisa em pequenos reatores modulares (SMRs) e no uso da energia nuclear para cogeração em setores como a indústria, a produção de hidrogênio e a dessalinização de água.
“O dogma da transição energética é a melhor defesa para a retomada de Angra 3. A energia nuclear pode ser peça-chave para garantir segurança energética e redução de emissões”, afirma.
Fonte: Revista Pesquisa FAPESP