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23 10 PEN Prof Giovanni NoticiaBrasília, 21 de outubro de 2025 – A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados realizou, no fim da tarde, uma audiência pública dedicada ao tema “Small Modular Reactors (SMRs) e sua potencial aplicação no Brasil, bem como a retomada da obra de Angra 3”. O encontro integrou a programação do Dia da Energia Nuclear no Parlamento, coordenado pela Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares, presidida pelo deputado federal Julio Lopes (PP-RJ).

Autoridades e especialistas presentes

A audiência reuniu representantes de órgãos governamentais, da Marinha do Brasil, da indústria nuclear e da academia. Entre os convidados a discursar estiveram:

• André Augusto Campagnole dos Santos, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), representando o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações;
• Josmar Carreiro Freitas, Capitão de Mar e Guerra e Diretor do Centro Industrial de Aramar (CINA);
• Alessandro Facure Neves de Salles Soares, Diretor-Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN);
• Carlos Henrique Seixas, Presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN);
• André Luiz Rodrigues Osório, representando a Eletronuclear;
• Thiago Ivanoski, Diretor de Estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE);
• Carlos Alberto Matias, Vice-Almirante e Diretor-Técnico da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul);
• Marco Aurélio Vieira, Diretor Executivo do Instituto de Petróleo, Gás e Energia (IPEGEN);
• Giovanni Laranjo de Stefani, Vice-Coordenador do Programa de Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ e Chefe de Departamento de Engenharia Nuclear da Escola Politécnica da UFRJ;
• Glauciele Avelar, Diretora da Associação dos Empregados da Nuclep;
• Augusto Emilio da Silva, Diretor-Secretário do Sindicato dos Trabalhadores de Energia Elétrica em Paraty e Angra dos Reis.

Importância do debate no cenário atual

Durante as falas, destacou-se que os SMRs representam uma oportunidade estratégica para diversificar a matriz energética brasileira, reduzir a dependência de hidrelétricas e reforçar a segurança energética em regiões isoladas. Além disso, o debate enfatizou que a retomada de Angra 3 precisa considerar aspectos regulatórios, tarifários e de sustentabilidade, de forma a alinhar segurança energética com os compromissos climáticos do Brasil.

O Prof. Giovanni Laranjo de Stefani, em sua apresentação intitulada “Pequenos Reatores Modulares (SMRs) no Brasil: Desafios e Oportunidades”, trouxe à tona um ponto crítico: a formação de recursos humanos qualificados. Ele alertou para o impacto da aposentadoria compulsória que atinge cerca de 40% do atual corpo docente da área nuclear, ressaltando a necessidade de renovação curricular para incluir disciplinas de regulação nuclear e práticas avançadas com Monte Carlo e CFD aplicados a projetos de reatores. Destacou ainda que iniciativas institucionais, como projetos para desenvolver um conceito de SMR nacional em parceria com a Amazul, poderiam assegurar atransferência de conhecimento dos docentes mais experientes para novos professores,além de envolver alunos de graduação e pós-graduação em atividades que resultariam emmão de obra altamente qualificada para o setor.

Na mesma linha, o Vice-Almirante Carlos Alberto Matias (Amazul) anunciou que está em tramitação um novo programa de estágios voltado à integração de estudantes de engenharia nuclear e áreas correlatas às atividades estratégicas da empresa. Segundo ele, o tema será objeto de reunião no próximo dia 29, com o Prof. Giovanni Laranjo de Stefani, para discutir os termos da cooperação e submeter a proposta à apreciação do colegiado acadêmico, em processo já em vias de formalização.

Evento e participação acadêmica

A audiência pública encerrou um circuito de atividades que compuseram o Dia da Energia Nuclear no Parlamento, iniciado com a Sessão Solene no Plenário Ulysses Guimarães em homenagem à contribuição histórica da energia nuclear para o Brasil, seguida da inauguração de uma exposição temática no Corredor Tereza de Benguela.

A programação contou com a presença da Prof.ª Inayá Corrêa Barbosa Lima (COPPE/UFRJ), reforçando a representação institucional da UFRJ no evento. Essa participação se soma às conquistas recentes da Universidade em competições internacionais, como o 1º lugar mundial obtido pela equipe TupiTech no Global HackAtom 2025, durante a World Atomic Week em Moscou, sob coordenação acadêmica do Prof. Fernando Manuel Araújo Moreira (IME) e com mentoria institucional da professora Inayá pela UFRJ, no desenvolvimento do projeto TupiSpace, voltado à concepção de reatores modulares para exploração espacial.

Também merece destaque o desempenho do aluno Vinícius Costa Silva, da graduação em Engenharia Nuclear da UFRJ, que conquistou a medalha de prata na Olimpíada Internacional de Segurança Financeira 2025, realizada em Krasnoyarsk, Rússia. Ademais, uma das integrantes da equipe TupiTech foi vencedora da Olimpíada Nuclear Brasileira (ONB), promovida pela ABDAN, recebendo premiação durante o evento Nuclear Legacy, realizado em Brasília. Esses resultados demonstram o compromisso da UFRJ em articular pesquisa, inovação e formação de excelência, projetando a Universidade em nível nacional e internacional.

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Na foto estão: Prof. Giovanni Laranjo de Stefani - Chefe de departamento da Graduação em Engenharia Nuclear da Poli/UFRJ e Vice-coordenador do Programa de Pós-graduação COPPE/UFRJ, Profa. Inayá Corrêa Barbosa Lima (COPPE/UFRJ), Josilto de Aquino (Presidente) e Joao Carlos Videira José (Secretário-Geral) da Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR) .

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