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14 07 PEN Reator noticia Recentemente, engenheiros franceses concluíram um feito pioneiro ao construir o Astrid, o primeiro reator nuclear capaz de reciclar seu próprio combustível, localizado em um complexo de alta segurança próximo a Marselha. Esse reator do tipo nêutrons rápidos não apenas gera eletricidade, mas também é projetado para queimar resíduos nucleares, transformando material perigoso em novo combustível, em um ciclo quase totalmente fechado.

O grande diferencial do Astrid é sua capacidade de reduzir drasticamente a meia-vida de isótopos de urânio e plutônio, convertendo resíduos de longa duração em elementos com vida útil de apenas algumas centenas de anos. O sistema utiliza sódio líquido como fluido de resfriamento, operando em pressão atmosférica, o que aumenta a eficiência e a segurança, evitando riscos associados a vapores pressurizados. Além disso, o projeto incorpora um sistema passivo de resfriamento, que mantém a segurança mesmo em situações de falha de energia.

Outro destaque do Astrid é sua capacidade de produção líquida de combustível, gerando mais material físsil do que consome. Isso significa que ele transforma o urânio-238 (antes considerado subproduto) em plutônio-239, tornando-se autossustentável e sustentável, ao mesmo tempo em que reduz significativamente o estoque de resíduos nucleares.

Enquanto muitos consideram o desperdício nuclear um dos maiores desafios da energia atômica, o Astrid oferece uma visão inovadora: o que antes era considerado lixo agora pode ser convertido em recurso, apresentando uma alternativa sustentável ao problema do armazenamento de materiais radioativos.

Especialistas observam que o Brasil, cujas usinas em Angra ainda não contam com soluções semelhantes, poderia se beneficiar dessa tecnologia para reduzir os impactos ambientais e os custos de longo prazo com combustível nuclear, seguindo o exemplo francês.

A comunidade internacional acompanha com atenção a evolução do Astrid, que promete redefinir os limites da economia circular no setor nuclear, alinhando-se às demandas por energia limpa e soluções ambientais mais seguras.

Fonte: Luiz Carlos M. Brandão Jr

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