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16 07 NUCLEAR DEFESA NOTICIA A partir de um manifesto técnico publicado no Jornal da Ciência, 25 pesquisadores de diversas instituições brasileiras ofereceram um esclarecimento aprofundado sobre os programas nucleares nacionais, destacando avanços, desafios e a importância estratégica dessa área para o país. No documento, elaborado de forma colaborativa, os especialistas enfatizam a necessidade de uma política nuclear integrada, que contemple não apenas a geração de energia, mas também aspectos como saúde, pesquisa científica, meio ambiente e segurança.

O texto ressalta o papel estratégico da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e de centros de pesquisa como o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), apontando que iniciativas como o desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) são fundamentais para a autonomia tecnológica do país. Os pesquisadores também destacam que o fortalecimento da infraestrutura brasileira para produção de radioisótopos e a consolidação de reatores de pesquisa próprios servem a múltiplos setores, desde a medicina até a indústria e a agricultura.

Além disso, o texto defende que o debate sobre energia nuclear deve ser amplo e transparente, incluindo participação acadêmica e social, para que se construa uma política de Estado consolidada, capaz de responder aos requisitos de segurança, sustentabilidade e desenvolvimento econômico.

Entre os aspectos técnicos mencionados, os autores chamam atenção para a importância de reatores nacionais, como o RMB, que possibilitam não apenas a produção de radioisótopos médicos e agrícolas, mas também a realização de testes de materiais e combustíveis nucleares sob altas doses de radiação, testes esses que o país ainda não possuía em escala local. Esse esforço evidencia a busca por uma independência tecnológica em áreas sensíveis e estratégicas.

O manifesto surge num contexto de rediscussão da política nuclear nacional, com a recente reativação do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB), sob a Presidência da República, e a centralização do tema no âmbito de segurança nacional. Segundo os pesquisadores, essa articulação institucional abre caminho para ações mais coordenadas entre CNEN, IPEN, IEN e outros órgãos, promovendo investimentos e políticas que consolidem o setor.

O esclarecimento público dos 25 pesquisadores reforça a relevância da energia nuclear como vetor de inovação, autonomia e desenvolvimento sustentável no Brasil. A mobilização técnica e a perspectiva de uma governança fortalecida indicam que o país está construindo condições para ampliar suas capacidades nucleares de forma responsável e alinhada aos padrões internacionais.

Fonte: Jornal da Ciência

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