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Você sabia que é possível restaurar obras de arte utilizando radia
ção? O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em parceria com o Acervo dos Palácios do Governo de São Paulo, inaugurou a exposição São Jerônimo, que apresenta uma escultura restaurada com o uso de radiação ionizante. A técnica, fruto de mais de 20 anos de pesquisa desenvolvida no próprio instituto, representa uma inovação na preservação do patrimônio histórico e artístico.
O método consiste na aplicação controlada de radiação ionizante, capaz de eliminar microrganismos e reforçar a estrutura interna de peças danificadas. Essa abordagem já foi utilizada com sucesso na conservação de livros, documentos e objetos históricos de outros museus importantes, como o Museu do Ipiranga. Agora, o público poderá conhecer de perto os resultados dessa união entre ciência e arte, em uma mostra que valoriza tanto o conhecimento científico quanto o legado cultural.
A exposição está aberta à visitação no Espaço Cultural Marcello Damy, no IPEN, em São Paulo, em datas específicas: 8, 15, 22 e 29 de julho, e 5 e 12 de agosto, sempre das 10h às 11h30. As visitas são gratuitas, mas é necessário realizar agendamento prévio, com inscrições disponíveis até a sexta-feira anterior a cada data, às 16h, por meio do site do IPEN.
A iniciativa reforça o papel da tecnologia nuclear em aplicações pacíficas e relevantes para a sociedade, demonstrando como a ciência pode contribuir para preservar e recuperar bens culturais de grande valor histórico.
Fonte: aben_nuclear (Instagram)
O Brasil anunciou o início de um ambicioso projeto para desenvolver microrreatores nucleares totalmente nacionais. Liderada pela Diamante Geração de Energia, a iniciativa conta com a participação das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), da startup Terminus, de nove universidades e institutos, incluindo IPEN/CNEN, IEN/CNEN, UFMG, UFSC, UFC, UFABC, Inatel, Amazul e a Marinha e é financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Finep, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Com orçamento total de R$ 50 milhões — R$ 30 milhões aportados pela Finep e R$ 20 milhões de contrapartida privada, o projeto tem duração prevista de três anos. A INB, além de fornecer o combustível nuclear, coordenará atividades de engenharia nuclear e suporte administrativo, assumindo papel central na dinâmica do grupo.
No escopo das atividades técnicas, o IPEN/CNEN ficará responsável pelo desenvolvimento de materiais críticos, como moderadores (óxido de berílio e grafita) e barras de controle (carbeto de boro), além de explorar ligas inovadoras com urânio, berílio e nióbio por meio de manufatura aditiva. Já o IEN/CNEN retomará pesquisas subcríticas iniciadas nas décadas de 1960/70, realizando testes de neutrônica, instrumentação e validação de modelos teóricos de reatores compactos.
O projeto contempla duas frentes principais. A primeira é a construção de uma Unidade Crítica (UCri), com potência de aproximadamente 100 W, que servirá para testes de segurança e física reatorial. Em paralelo, estão previstas instalações termohidráulicas e termomecânicas, além da fabricação de materiais para um reator modular de cerca de 3 MW, alojado em container de 40 pés, com operação remota por até 10 anos sem reabastecimento.
Os microrreatores prometem entregar uma energia limpa, segura e de baixa pegada de carbono a comunidades isoladas, hospitais, indústrias, hidrogênio verde, data centers e carregadores de veículos elétricos. Um único reator de 5 MW pode atender até 5 000 habitantes abrangendo potencial para atender cerca de 68% dos municípios brasileiros.
O projeto é inédito no Brasil por apostar em um desenvolvimento completamente autóctone e não em adaptação de tecnologia estrangeira. Seu nível tecnológico atual é equivalente ao TRL 3 (validação por modelagem), com meta de atingir TRL 6 (demonstração em ambiente relevante) ao término do ciclo de três anos.
Autoridades envolvidas, incluindo a ministra Luciana Santos, o presidente da Finep Elias Ramos, o presidente da CNEN Francisco Rondinelli Júnior, o presidente da INB Adauto Seixas e o CEO da Diamante Pedro Litsek, realçaram que o projeto representa um marco estratégico para o futuro da matriz energética brasileira e para a autonomia tecnológica do país. Espera-se que os primeiros microrreatores comerciais de 5 MW, encapsulados em containers, estejam operando entre 2033 e 2035, trazendo impactos significativos para a redução do uso de geradores a diesel, diminuição de emissões de CO₂ e fortalecimento da soberania energética em regiões remotas.
Com esta iniciativa, o Brasil projeta-se como protagonista global no setor de energia nuclear modular, ampliando sua tradição no campo e reforçando sua posição estratégica rumo a uma matriz limpa e diversificada.
Fonte: Revista Pesquisa Fapesp


A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) finalizou com êxito sua participação no exercício internacional ConvEx-3, promovido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que simulou uma emergência nuclear em larga escala. O exercício, que teve duração de 36 horas ininterruptas, foi realizado entre os dias 25 e 27 de junho e envolveu mais de 60 países e organizações internacionais.
O objetivo do ConvEx-3 é testar e aprimorar a capacidade global de resposta coordenada a acidentes nucleares, promovendo o alinhamento entre diferentes instituições, tanto no âmbito nacional quanto internacional. A simulação envolveu um cenário fictício de acidente em uma usina nuclear, exigindo a rápida mobilização de estruturas de emergência, comunicação efetiva entre agências e tomada de decisões com base em dados técnicos e radiológicos.
A CNEN participou ativamente por meio de sua Sala de Resposta à Emergência Nuclear (SAREN), localizada na sede do órgão no Rio de Janeiro. Durante o exercício, a equipe técnica avaliou a evolução do evento simulado, coordenou ações interinstitucionais e forneceu informações ao Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), ao Centro de Coordenação de Operações (CCOp) da Presidência da República e à própria AIEA.
Em publicação no LinkedIn, Alessandro Facure, diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, destacou o papel estratégico da Comissão no fortalecimento da prontidão nacional frente a situações de emergência nuclear.
“O sucesso da participação da CNEN no exercício internacional ConvEx-3 demonstra a competência técnica e o comprometimento de nossa equipe com a segurança nuclear e radiológica no Brasil”, afirmou.
A atuação da CNEN foi considerada exemplar, reforçando o compromisso do Brasil com os protocolos internacionais de segurança nuclear e a sua capacidade de resposta frente a situações críticas.
Fonte: CNEN
Fonte: Alessandro Facure
A Eletronuclear publicou seu Relatório Anual 2024, documento que reúne os principais resultados, desafios e avanços alcançados ao longo do ano nas áreas de operação, manutenção, segurança nuclear, gestão socioambiental e governança corporativa. O relatório está disponível na íntegra no site da empresa e reforça o compromisso da organização com a transparência e a prestação de contas à sociedade.
Entre os destaques da publicação, estão os dados de desempenho das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, que registraram altos índices de disponibilidade operacional, contribuindo para a estabilidade do sistema elétrico nacional. O relatório também traz informações sobre o andamento das obras de Angra 3, reforçando o papel estratégico da fonte nuclear na matriz energética brasileira.
A Eletronuclear destaca ainda as ações voltadas para a segurança operacional, proteção radiológica e capacitação contínua de seus profissionais, além de iniciativas de responsabilidade socioambiental, com projetos voltados para o desenvolvimento das comunidades do entorno da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis (RJ).
A publicação está alinhada com os padrões da Global Reporting Initiative (GRI) e apresenta indicadores ESG (Ambiental, Social e Governança), evidenciando o esforço da empresa em manter uma gestão responsável e comprometida com o desenvolvimento sustentável.
Segundo a Eletronuclear, o relatório reafirma o papel da energia nuclear como uma alternativa limpa, segura e confiável para o futuro energético do país.
O Relatório Anual 2024 já pode ser acessado em Eletronuclear
Fonte: Eletronuclear (Linkedin)
Neste 8 de julho, celebramos duas datas fundamentais para o avanço do conhecimento e da tecnologia no Brasil: o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador Científico. Instituídas pelas Leis nº 10.221/2001 e nº 11.807/2008, essas datas homenageiam a criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), fundada em 8 de julho de 1948, e reforçam a importância da pesquisa científica como motor para o desenvolvimento do país.
No Programa de Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ, o compromisso com a ciência é parte intrínseca da missão institucional. Nossos pesquisadores desenvolvem estudos de ponta nas áreas de reatores nucleares, segurança, radioisótopos, aplicações médicas, tecnologias limpas e produção de energia, com foco em soluções que contribuam para a soberania energética nacional, o uso responsável da tecnologia nuclear e a formação de recursos humanos altamente qualificados.
Neste dia especial, o PEN parabeniza todos os seus docentes, pesquisadores, técnicos e alunos que fazem da pesquisa científica a base de seu trabalho e vocação. A cada experimento, projeto, artigo publicado ou tese defendida, reafirmamos nosso compromisso com a ciência como ferramenta de transformação social, inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável.
A ciência é o que nos move. E é por meio dela que seguimos construindo um futuro mais seguro, eficiente e sustentável.
Fonte: GOV BR